A SUPERVISÃO CLÍNICA E O PARADIGMA MULTIFOCAL EM CONTEXTO UNIVERSITÁRIO DE ATENDIMENTO A ADOLESCENTES EM UMA CLÍNICA DOS EXTREMOS
Resumo
O artigo apresenta a experiência de supervisão clínica em um serviço universitário voltado ao atendimento psicoterapêutico de adolescentes situados na chamada “clínica dos extremos”, marcada por intensos traumatismos e atuações violentas. Utilizando o paradigma multifocal, o estudo propõe uma ampliação do enquadre da supervisão, que ultrapassa os limites técnico-formais da formação em psicologia clínica. A metodologia adotada inclui a análise de um estudo de caso e a observação do funcionamento grupal em supervisão. Destaca-se a importância da supervisão em grupo como espaço de contenção, elaboração, transferência e construção coletiva de sentido, permitindo que o terapeuta sustente sua função clínica diante de pacientes que atacam o enquadre e o vínculo. A presença de múltiplos supervisores amplia as possibilidades interpretativas e ajuda a manejar os efeitos da transferência sobre o grupo e o supervisor. Conclui-se que, para casos situados nos extremos da clínica, a supervisão deve operar como função analítica complementar e criativa, sustentando a capacidade de pensar do terapeuta e favorecendo a construção de novas simbolizações a partir de experiências limites.
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