A SUPERVISÃO CLÍNICA E O PARADIGMA MULTIFOCAL EM CONTEXTO UNIVERSITÁRIO DE ATENDIMENTO A ADOLESCENTES EM UMA CLÍNICA DOS EXTREMOS

Palavras-chave: Psicanálise, Supervisão Clínica, Saúde Mental, Psicologia, Adolescentes

Resumo

O artigo apresenta a experiência de supervisão clínica em um serviço universitário voltado ao atendimento psicoterapêutico de adolescentes situados na chamada “clínica dos extremos”, marcada por intensos traumatismos e atuações violentas. Utilizando o paradigma multifocal, o estudo propõe uma ampliação do enquadre da supervisão, que ultrapassa os limites técnico-formais da formação em psicologia clínica. A metodologia adotada inclui a análise de um estudo de caso e a observação do funcionamento grupal em supervisão. Destaca-se a importância da supervisão em grupo como espaço de contenção, elaboração, transferência e construção coletiva de sentido, permitindo que o terapeuta sustente sua função clínica diante de pacientes que atacam o enquadre e o vínculo. A presença de múltiplos supervisores amplia as possibilidades interpretativas e ajuda a manejar os efeitos da transferência sobre o grupo e o supervisor. Conclui-se que, para casos situados nos extremos da clínica, a supervisão deve operar como função analítica complementar e criativa, sustentando a capacidade de pensar do terapeuta e favorecendo a construção de novas simbolizações a partir de experiências limites.

Biografia do Autor

Pedro Martini Bonaldo, Universidade de Brasília

Doutor em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília – UnB (2025), com etapa de Doutorado Sanduíche realizada na Universidade de Borgonha (França, 2024). Especialista em Saúde Mental pela Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS, por meio do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental do Adulto (2016-2018). Graduado, licenciado e bacharel em Psicologia pela Universidade de Brasília – UnB (2014).

Deise Matos do Amparo, Universidade de Brasília

Psicóloga. Professora Associada do Departamento de Psicologia Clínica e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília. Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília, com doutorado sanduíche pela Université Jules Verne – França. Pós-doutorado pela Université Paris V e Paris XIII. Membro da Rede Internacional de Pesquisa em Métodos Projetivos e Psicanálise (Réseau Internacional de Recherche in Méthodes Projectives et Psychanalyse), Coordenadora do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos - CAEP / UnB. Coordenadora e Supervisora do VIPAS - Violências e Psicopatologias na Contemporaneidade: Diagnóstico e Intervenção.

Bruno Cavaignac Campos Cardoso, Universidade de Brasília

Psicólogo formado pela Universidade de Brasília (2013), possui doutorado (2022) e mestrado (2015) pelo PPGPsicCC-UnB. Tem experiência na área de Psicologia, atuando, principalmente, nos temas de Psicanálise, Psicopatologia e Métodos Projetivos. Atua como supervisor do Vipas (Violências e Psicopatologias na Contemporaneidade), psicólogo clínico e professor universitário (IESB-DF).

Maristela Muniz Gusmão, Universidade de Brasília

Psicóloga clínica. Psicanalista. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília (UnB). Supervisora do Vipas/UnB - Violências e Psicopatologias na Contemporaneidade.

Alexandre Alves Costa Costa, Universidade de Brasília

Possui doutorado em Psicologia Clínica e Cultura (2021) e mestrado (2013) pelo PPGPsicCC-UnB. Atualmente, é psicólogo clínico do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (CAEP/IP/UnB). Tem experiência na área de Psicologia, atuando, principalmente, nos temas de Psicanálise, Psicopatologia, Intervenção em Crise e Extensão Universitária. Supervisor do VIPAS - Violências e Psicopatologias na Contemporaneidade: Diagnóstico e Intervençao . Vice Coordenador do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos - CAEP / UnB.

Publicado
2025-12-16